sábado, 10 de julho de 2021

 

Criação de uma cena,

à maneira do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente 

O mendigo

 

Vem um mendigo, a tremer de frio, com um chapéu na mão e com o seu cão.


Diabo:           Que homem com boas vestes vem aí?

Mendigo:     Alfredo sou!

                       Morri?!

                       Onde estou?

Diabo:           Sim, morreste! HA! HA! HA!

                       Estás entre o Inferno e o Paraíso, meu caríssimo senhor.

                       Estás neste momento de frente para a Barca Infernal!  

Mendigo:      Para o Inferno eu não vou, seu grandíssimo chifrudo de uma figa!

                       Em vida fui um homem humilde, bondoso e leal a Deus.

                       Embora p’ra norte! Vamos, Pantufas! 

                       Vamos deixar este mal-amado a pensar na morte.

 

O mendigo caminha com o seu leal cão Pantufas até à barca da Glória.

 

Joane:           Oh! Ora só quem vem lá!

                       Alfredo, és tu?

                       Esse é aquele rafeiro que estava sempre contigo? Como cresceu!

Mendigo:      Joane, meu amigo! Há quanto tempo!

                       Lembro-me do tempo em que tomávamos umas bebidas lá

                       naquele cafezinho de sempre.

                       Para a barca da Glória irás?

 Joane:          Irei, sim, se possível. Espera por mim lá dentro!

Anjo:             Mendigo Alfredo,

                       Estive à tua espera.

                       Sempre foste um homem religioso, humilde e bondoso.

Se quiseres, és bem-vindo a esta barca, e o teu cão também.

Mendigo:     VIVA! VIVA a Deus! UHUH!

 


Trabalho realizado por:

Alexandre Pinto, André Torrão e Salman Ayoob, 9.º F

Ano letivo 2020/2021

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