Criação de uma cena,
à maneira do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente
O mendigo
Vem um
mendigo, a tremer de frio, com um chapéu na mão e com o seu cão.
Diabo: Que homem com boas vestes vem aí?
Mendigo: Alfredo
sou!
Morri?!
Onde estou?
Diabo: Sim, morreste! HA! HA! HA!
Estás
entre o Inferno e o Paraíso, meu caríssimo senhor.
Estás
neste momento de frente para a Barca Infernal!
Mendigo: Para o Inferno eu não vou, seu grandíssimo chifrudo de
uma figa!
Em vida fui um homem humilde, bondoso e leal a
Deus.
Embora p’ra norte! Vamos, Pantufas!
Vamos deixar este mal-amado a pensar na morte.
O mendigo
caminha com o seu leal cão Pantufas até à barca da Glória.
Joane: Oh!
Ora só quem vem lá!
Alfredo,
és tu?
Esse
é aquele rafeiro que estava sempre contigo? Como cresceu!
Mendigo: Joane, meu amigo! Há quanto tempo!
Lembro-me do tempo em que tomávamos umas bebidas lá
naquele cafezinho de sempre.
Para a barca da Glória irás?
Joane: Irei,
sim, se possível. Espera por mim lá dentro!
Anjo: Mendigo
Alfredo,
Estive
à tua espera.
Sempre
foste um homem religioso, humilde e bondoso.
Se quiseres, és bem-vindo a esta barca, e o teu cão
também.
Mendigo: VIVA! VIVA a Deus! UHUH!
Trabalho realizado por:
Alexandre Pinto, André Torrão e Salman Ayoob, 9.º F
Ano letivo 2020/2021